A Quarta-Feira de Cinzas é uma data tradicionalmente marcada pelo fim da folia carnavalesca e pelo início de um período de recolhimento e reflexão para os católicos praticantes. É o momento em que se estabelece uma fronteira simbólica entre a festa da carne e o período de penitência chamado de quaresma, que antecede a Páscoa.
Para os católicos, a Quarta-Feira de Cinzas é uma celebração rica em significado, marcando o início de uma preparação espiritual de 40 dias rumo à Páscoa. Nas missas, os fiéis recebem a imposição das cinzas sobre a cabeça ou em forma de cruz na testa, acompanhada de uma das duas frases: “Convertei-vos e crede no Evangelho” ou “Das cinzas vieste, às cinzas retornarás”, que lembram a necessidade de mudança de vida e a brevidade da existência humana.
A origem dessa tradição remonta aos séculos 3º e 4º, quando os cristãos, como manifestação de devoção popular, impunham sobre si as cinzas em sinal de penitência pública para se prepararem para a quaresma. A cerimônia foi oficializada na liturgia pelo Papa Gregório Magno, no século 7º, e hoje é um dos rituais mais significativos do calendário litúrgico católico.
Segundo a tradição católica, as cinzas utilizadas na Quarta-Feira de Cinzas são obtidas a partir da queima dos ramos do Domingo de Ramos do ano anterior, simbolizando o ciclo da liturgia e da vida cristã, que nunca se encerra, mas se renova a cada ano.
Embora a Quarta-Feira de Cinzas seja uma prática litúrgica predominante na Igreja Católica, outras igrejas cristãs, como as protestantes e evangélicas, geralmente não incorporam esse ritual em suas celebrações, variando de acordo com suas tradições e ênfases teológicas.