Entre janeiro e novembro de 2024, o Departamento Regional de Saúde 10 (DRS-10), com sede em Piracicaba (SP), registrou sete casos de febre maculosa, com três mortes confirmadas. Embora o número de casos e óbitos tenha diminuído em comparação com os dois últimos anos, os dados ainda revelam o perigo da doença na região. No mesmo período de 2023, foram registrados 12 casos e sete mortes, e em 2021, também foram confirmados 12 casos, com cinco óbitos. As informações foram fornecidas pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do estado de São Paulo.
De acordo com o CVE, a febre maculosa é uma infecção febril de gravidade variável, com uma taxa de letalidade elevada. A Vigilância Epidemiológica alerta que entre os meses de junho e novembro, o risco de infestação por ninfas de carrapato-estrela aumenta consideravelmente, devido ao ciclo de vida desses parasitas. O ciclo inclui as fases de ovo, larva, ninfa e adulto, com destaque para a alta infestação durante os meses mais quentes.
A febre maculosa pode se manifestar até duas semanas após o contato com o carrapato infectado. Entre os sintomas mais comuns estão febre alta, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal e muscular, além de inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e solas dos pés. Nos casos mais graves, podem ocorrer gangrena nos dedos e orelhas e paralisia nos membros, que começa nas pernas e pode evoluir até causar parada respiratória. O Ministério da Saúde também destaca o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que podem se espalhar para as palmas das mãos e solas dos pés, conforme a evolução da doença.
A febre maculosa é transmitida principalmente pelo carrapato-estrela, que carrega a bactéria Rickettsia rickettsii. O infectologista Marco Aurélio Cunha de Freitas ressalta que a transmissão também pode ocorrer por outros tipos de carrapatos infectados. A doença não é contagiosa, ou seja, não pode ser transmitida de uma pessoa para outra.
Para prevenção, o governo estadual orienta que as pessoas que precisam permanecer em áreas com risco de infestação por carrapatos usem calças compridas, botas e vistoriem a pele regularmente. Caso encontrem um carrapato, é essencial retirá-lo o mais rápido possível, sem esmagá-lo. O infectologista também sugere o uso de roupas claras, facilitando a identificação de carrapatos, e a utilização de um elástico na calça para evitar que o parasita entre.
As autoridades alertam para a importância de adotar essas medidas preventivas, já que a rapidez na remoção do carrapato pode reduzir significativamente os riscos de contrair a doença.