Um estudo recente, publicado no periódico The BMJ na quarta-feira (4), revelou que consumir pelo menos cinco pequenas porções de chocolate amargo por semana pode reduzir em até 21% o risco de desenvolver diabetes tipo 2. A pesquisa observacional, que analisou dados de mais de 111.000 pessoas ao longo de 25 anos, mostra que o consumo de chocolate amargo traz benefícios à saúde, ao contrário do chocolate ao leite, que está associado ao ganho de peso e ao aumento do risco da doença.
O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Harvard, indicou que o aumento do consumo de chocolate amargo – com 28 gramas por porção – levou a uma redução significativa no risco de diabetes tipo 2. No entanto, o chocolate ao leite não apresentou os mesmos benefícios, com o consumo vinculado ao ganho excessivo de peso, um fator importante no desenvolvimento da doença.
De acordo com o autor principal do estudo, Binkai Liu, doutorando em nutrição na Escola de Saúde Pública de Harvard, a diferença entre os dois tipos de chocolate está na quantidade de cacau. “O chocolate amargo contém mais cacau, que é rico em flavonóis – compostos bioativos com propriedades antioxidantes que podem melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir a inflamação”, explicou Liu.
O cacau, sendo menos processado que o chocolate ao leite, contém níveis mais elevados de flavonóis, que, segundo especialistas, podem ter efeitos benéficos no controle da glicose e na prevenção de doenças crônicas como o diabetes.
Embora o estudo sugira benefícios do consumo de chocolate amargo, os médicos não recomendam que o consumo de chocolate seja visto como uma solução definitiva para a prevenção do diabetes. “Embora o chocolate amargo possa ter efeitos positivos, é fundamental procurar fontes alternativas de flavonoides, como frutas vermelhas e chá”, alerta Nestoras Mathioudakis, co-diretor do Programa de Prevenção em Diabetes da Johns Hopkins Medicine.
O estudo também aponta que o consumo de chocolate amargo não deve ser encarado como uma forma milagrosa de prevenção, dado que a chave para a saúde continua sendo um estilo de vida equilibrado, com dieta rica em alimentos frescos e não processados.