Nesta segunda-feira, 20 de janeiro, o litoral da região Sudeste do Brasil viveu um verdadeiro forno, com temperaturas que chegaram a 39°C em várias cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), as áreas mais afetadas incluíram Niterói (RJ), Alegre (ES) e Bertioga (SP), que registraram as maiores temperaturas do país até as 17h.
Entre os fatores que explicam esse calor extremo, destaca-se a combinação de três elementos principais: a diminuição da nebulosidade e da chuva, a ausência de ventos frios de origem polar e, especialmente, o fenômeno natural conhecido como aquecimento adiabático.
O aquecimento adiabático ocorre quando os ventos descem as montanhas, como no caso da Serra do Mar, aquecendo o ar à medida que ele perde altitude. No caso do litoral paulista, por exemplo, o vento noroeste empurra o ar quente montanha abaixo, fazendo com que a temperatura suba até 1°C a cada 100 metros de descida. Como a diferença de altitude entre São Paulo e a Baixada Santista é de cerca de 800 metros, a temperatura no litoral pode alcançar facilmente os 38°C.
Este fenômeno de aquecimento é comum em situações pré-frontal, ou seja, momentos que antecedem a chegada de uma frente fria. A formação de ciclones extratropicais no Sul do Brasil também contribui para a intensificação desses ventos quentes.
Além de ser responsável pelo calor no Sudeste, o aquecimento adiabático também está associado a eventos extremos, como incêndios em outras regiões do planeta, onde ventos de características semelhantes intensificam a propagação do fogo.
Com esse clima escaldante, os moradores do litoral podem esperar mais dias de calor intenso, especialmente com a presença dessa formação de ciclone que continua a influenciar a região.