O uso de adoçantes artificiais para controlar o peso ou consumir guloseimas sem calorias tem se mostrado cada vez mais controverso, segundo um número crescente de cientistas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia recomendado, em maio de 2023, que as pessoas evitassem os substitutos do açúcar, incluindo produtos como estévia e fruta do monge, para controle de peso. A OMS adverte que os adoçantes artificiais não trazem benefícios a longo prazo e podem, inclusive, agravar o problema do excesso de peso.
Pesquisas indicam que o uso prolongado de adoçantes não nutritivos pode aumentar o consumo de alimentos, levando ao aumento do tecido adiposo, o que contribui para o ganho de peso. Além disso, esses produtos foram associados a diversos problemas de saúde, como doenças cardíacas, aumento do risco de câncer e alterações no microbioma intestinal.
Entre os adoçantes mais utilizados está o aspartame, que em julho de 2023 foi classificado pela Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) da OMS como “possivelmente cancerígeno para humanos”. No entanto, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) ainda considera o adoçante seguro. Além disso, substâncias como o eritritol e o xilitol, populares em adoçantes mais naturais ou sintéticos, têm sido associadas a um aumento no risco de coágulos sanguíneos, o que pode levar a ataques cardíacos ou derrames.
Embora a FDA aprove seis adoçantes artificiais como seguros, muitos especialistas alertam sobre os riscos potenciais dessas substâncias e recomendam alternativas mais saudáveis. David Katz, especialista em medicina preventiva, sugere que a “reabilitação das papilas gustativas” pode ajudar as pessoas a reduzir a dependência de doces e adoçantes artificiais, restaurando a sensibilidade ao sabor natural dos alimentos. Ele destaca a importância de ler atentamente os rótulos de produtos alimentícios, já que muitos contêm adoçantes ocultos, como os álcoois de açúcar, que são usados para reduzir calorias em diversos produtos.
Outra recomendação é adotar uma dieta mais equilibrada, rica em proteínas e fibras, para controlar a fome e os impulsos por doces. Além disso, o sono adequado também desempenha um papel crucial na regulação do apetite e pode ajudar a reduzir a necessidade de consumir alimentos ricos em açúcares e gorduras.
Diante dos riscos associados ao consumo de adoçantes artificiais, especialistas aconselham cautela e a busca por alternativas naturais e mais saudáveis para satisfazer os desejos por alimentos doces.