A gripe aviária, provocada pelo vírus influenza A (H5N1), tem se espalhado rapidamente desde o início de 2024, principalmente nos Estados Unidos, afetando aves domésticas, gado leiteiro e humanos que tiveram contato com animais infectados. No início de janeiro, o país registrou sua primeira morte relacionada à doença.
Embora geralmente ocorra em aves selvagens, a doença tem atingido também outros animais em diferentes países, incluindo mamíferos como porcos e vacas. O risco de transmissão para seres humanos, embora baixo, não pode ser descartado. O contato direto com animais infectados pode resultar em infecções, que variam de leves a graves, podendo evoluir para a síndrome respiratória aguda grave e até à morte. A transmissão entre pessoas não é comum, mas há uma vigilância constante por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Até agora, o impacto global da gripe aviária foi pequeno, com menos de 1.000 infecções humanas registradas desde 2003, sendo que metade resultou em mortes. O Brasil, que já enfrentou surtos em aves silvestres em 2023, pode esperar novos picos da doença a cada ano, com aumento do número de casos, especialmente em locais com grande concentração de animais e em regiões de passagem de aves migratórias.
O risco de mutação do vírus também é uma preocupação, pois, se o H5N1 se combinar com outros tipos de influenza, pode originar uma nova cepa mais facilmente transmissível entre humanos. A OMS mantém um programa de vigilância para monitorar a evolução do vírus e já estuda a possibilidade de vacinas.
Especialistas reforçam a importância de não manipular animais doentes ou mortos e recomendam que qualquer exposição a aves enfermas seja imediatamente reportada às autoridades competentes. Em caso de sintomas de gripe, especialmente após contato com animais, é essencial procurar atendimento médico.
O conceito de Saúde Única, que destaca a interconexão entre saúde animal, humana e ambiental, tem sido fundamental para as estratégias de prevenção e controle, garantindo uma abordagem mais abrangente na luta contra a gripe aviária e outras doenças zoonóticas.