A proliferação de caramujos em Campinas e Paulínia está gerando preocupação entre os moradores dessas cidades, especialmente após as chuvas recentes. O aumento da presença desses moluscos, que podem transmitir doenças graves como meningite e causar problemas digestivos, como cólicas e diarreias, tem deixado os habitantes em alerta.
A EPTV, afiliada da TV Globo, registrou imagens de quintais e áreas públicas infestadas pelos caramujos, como é o caso do Jardim Santa Lúcia, em Campinas, onde a moradora Isabel Auxiliadora de Souza relatou que o terreno ao lado de sua casa está infestado. Segundo ela, o terreno pertence a uma empresa privada que não realiza a limpeza adequada há muito tempo. Isabel acredita que a solução está em combater o foco do problema, não apenas os caramujos. “Não adianta combater o caramujo. Tem que combater o foco. Não podemos combater o efeito, tem que combater a causa”, afirmou.
Rosana Ferraz Oliveira, estudante universitária e vizinha de Isabel, também enfrenta dificuldades com o problema. “Não dá para andar na calçada. A gente tem que andar no meio da rua para não pisar em caramujo”, reclamou.
Em Paulínia, o morador José Francisco de Moura tem se empenhado para limpar a área pública do bairro São José, onde o número de caramujos tem sido alarmante. “No primeiro dia contei uns 50, achei um absurdo. Outra vez, contei 180. Já fiquei mais apavorado. Na última vez foi mais de meio balde”, contou José.
A Prefeitura de Campinas informou que notificará a empresa responsável pelo terreno no Jardim Santa Lúcia, enquanto a Transpetro, responsável pelo terreno em Paulínia, informou que a limpeza já estava programada para quarta-feira (5). A empresa também mantém um canal de comunicação aberto para atender às necessidades da comunidade, incluindo o telefone 168, disponível 24h por dia.
As Prefeituras de Campinas e Paulínia orientam a população a comunicar o problema. Em Campinas, os moradores devem ligar para o telefone 156 para que a equipe de Vigilância em Saúde avalie a situação, enquanto em Paulínia as reclamações podem ser feitas aos telefones (19) 3833-2299 e 3874-9266 da Zoonoses.
O Caramujo Africano
O caramujo africano, que chegou ao Brasil na década de 80, originalmente para ser usado como escargot, se adaptou ao clima brasileiro e se multiplicou rapidamente. O biólogo Marcel Miranda explica que, devido à sua alimentação variada, o molusco se dá bem em ambientes urbanos. Ele recomenda que as pessoas manuseiem os caramujos com luvas e evitem o contato direto, devido ao risco de transmissão de doenças.
O combate aos caramujos é feito por meio de campanhas de catação, mas o biólogo alerta que, ao esmagá-los, o uso de cal é preferível ao sal, para não prejudicar o solo. Outra alternativa é a utilização de água fervente com cloro para eliminar os moluscos.