Em 2024, a região de Piracicaba (SP) enfrentou um ano de calor intenso, com uma média de 109 dias de calor extremo, afetando diretamente a saúde da população e as produções agrícola. O impacto das temperaturas elevadas variou entre 37ºC e 40ºC nas cidades da área, com Capivari e Ipeúna registrando 132 dias sob temperaturas extremas.
O fenômeno climático El Niño foi um dos principais responsáveis pelas altas temperaturas, que, em associação com a baixa pluviosidade, provocaram desidratação, aumento de doenças de pele e câncer, além de severas perdas nas lavouras. A situação agrava-se com a seca prolongada, que comprometeu a qualidade das plantações e causou a morte de várias plantas.
A pesquisadora Sandra Hacon, da Fiocruz, alertou que a exposição prolongada a temperaturas extremas já é considerada uma emergência de saúde pública, exigindo medidas urgentes no sistema de vigilância sanitária.
Entre as soluções sugeridas por especialistas, como o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, estão o aumento de áreas verdes nas cidades, redução das emissões de gases de efeito estufa e práticas como a reciclagem e o uso de telhados brancos, que podem ajudar a diminuir a temperatura média da região.
O levantamento do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden), realizado a partir de dados de satélite, mostrou que o Brasil viveu em 2024 um cenário de extremos climáticos, com seca histórica, incêndios devastadores e um recorde de casos de doenças como a dengue. O fenômeno El Niño e as altas temperaturas estão diretamente relacionados a esses eventos climáticos adversos.