A volta às aulas em São Paulo, em 2025, trouxe um novo desafio para estudantes e educadores: a proibição do uso de aparelhos eletrônicos nas escolas, incluindo durante os intervalos e aulas vagas. Essa medida, que entrou em vigor por meio de uma nova lei estadual, visa combater os impactos negativos do uso excessivo de celulares na saúde mental e na concentração dos alunos.
A medida permite que os eletrônicos sejam utilizados apenas para atividades pedagógicas, quando solicitados pelos professores, por motivos de saúde (mediante comprovação médica) ou para promover a inclusão de alunos com deficiência ou dificuldades de aprendizagem. Apesar da proibição ser direcionada aos alunos, muitos colégios têm orientado seus funcionários a seguir a mesma regra, servindo de exemplo para os estudantes.
Nos primeiros dias de aula, a adaptação à nova realidade tem gerado um cenário “surpreendentemente positivo”, com professores e gestores destacando que, apesar da apreensão inicial, as expectativas de crises de ansiedade devido à falta dos aparelhos não se concretizaram. Os alunos, por sua vez, têm começado a entender os benefícios da medida, especialmente dentro da sala de aula, mas ainda questionam sua extensão aos momentos de descanso, como os intervalos.
Jogos de cartas, livros e esportes têm sido as alternativas oferecidas pelas escolas para entreter os alunos durante os intervalos. No entanto, enquanto alguns estudantes se adaptaram bem à nova rotina, outros relatam certo tédio e falta de opções de lazer, além de sentir falta de ver a hora no celular, apesar dos avisos sonoros para a troca de aulas.
A legislação, que visa promover a convivência social e o uso saudável dos dispositivos, foi apresentada pela deputada Marina Helou e está sendo implementada após a constatação de que o uso excessivo de celulares está relacionado a prejuízos na saúde mental, concentração e dedicação dos jovens. Para gestores educacionais, especialmente após a pandemia, onde o uso de dispositivos eletrônicos se intensificou nas escolas, essa medida se tornou mais necessária para recuperar o foco na aprendizagem e evitar práticas como o cyberbullying.
A transição para uma cultura com limites mais claros sobre o uso da tecnologia nas escolas está sendo encarada como um processo de conscientização e adaptação, tanto para os alunos quanto para os educadores. A iniciativa visa, assim, resgatar uma convivência mais ativa e saudável entre os jovens fora do mundo virtual.