Apesar do lançamento da vacina Qdenga no Sistema Único de Saúde (SUS), um ano após o início da imunização, a procura pelo imunizante ainda está bem abaixo do esperado. Dados do Ministério da Saúde revelam que, de fevereiro de 2024 a janeiro de 2025, 6.370.966 doses foram distribuídas, mas apenas 3.205.625 foram aplicadas em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, grupo prioritário.
A baixa adesão à vacina, que teve seu registro aprovado pela Anvisa em março de 2023, preocupa, principalmente diante do aumento no número de casos e mortes por dengue no Brasil. O imunizante, que tem como alvo principal crianças e adolescentes, foi incorporado ao SUS em 2024 e tem demonstrado eficácia na prevenção da doença, que em 2024 atingiu o pico da epidemia, com mais de 6,6 milhões de casos prováveis e 6.103 óbitos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), metade das doses distribuídas até o momento não foram aplicadas, o que indica que o ritmo da vacinação está abaixo das expectativas. A falta de adesão é mais preocupante por conta da circulação do sorotipo 3 da dengue, que não era predominante no Brasil desde 2008, e que torna a população mais vulnerável à infecção.
Para combater a disseminação da doença, o Ministério da Saúde intensificou a fiscalização e o controle do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, além de reforçar as estratégias de monitoramento com a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE), com o intuito de ampliar o controle das arboviroses.
Com a expectativa de que a vacina Qdenga seja disponibilizada para todas as regiões do país, a preocupação com a baixa procura persiste, já que a estratégia vacinal é uma das principais frentes de combate à dengue no Brasil.