A dengue, doença sazonal que atinge com maior intensidade o Brasil entre outubro e maio, está gerando uma crescente preocupação entre a população. De acordo com dados do Google Trends, as buscas pelo termo “dengue” aumentaram de maneira significativa nos últimos meses. Em outubro de 2024, o termo “dengue” atingiu 24 pontos de interesse na plataforma, mas em 11 de fevereiro de 2025, alcançou seu pico, com 100 pontos, refletindo o aumento de casos e o aumento das dúvidas sobre a doença.
O aumento nas buscas foi observado especialmente nos estados do Acre, Mato Grosso, Goiás, São Paulo e Amapá, onde a incidência da doença costuma ser mais alta. Entre as pesquisas mais realizadas, destacam-se termos como “sintomas da dengue 2025”, “dengue matou mais que Covid” e “dengue tipo 3”.
Especialistas têm se mostrado preocupados com o cenário em 2025, especialmente pelo retorno do sorotipo 3 da dengue, que não circulava no Brasil há 17 anos. O presidente do Instituto Butantan, Esper Kallás, indicou que o país pode enfrentar um ano difícil, com números de casos semelhantes ou até superiores aos de 2024. A dengue tipo 3, conforme alertado pelos especialistas, tem o potencial de causar formas mais graves da doença, como a dengue hemorrágica, especialmente devido ao fato de que uma parte da população ainda não foi exposta a esse tipo de vírus.
Além disso, a diversidade de sorotipos – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 – representa um desafio, pois a infecção por um tipo não garante imunidade contra os outros, aumentando o risco de infecções mais graves.
O Ministério da Saúde já identificou a circulação do sorotipo 3 nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná, o que acende um alerta para a necessidade de medidas preventivas, como o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. O retorno desse sorotipo representa um risco maior, já que a população pode não ter anticorpos suficientes para combatê-lo eficazmente.
A dengue continua a ser um desafio importante para a saúde pública no Brasil, e especialistas enfatizam a importância da prevenção, como o uso de repelentes, eliminação de criadouros de mosquitos e acompanhamento médico em caso de sintomas da doença.