Um estudo recente publicado na revista Science no dia 13 de fevereiro revela uma nova perspectiva sobre o desejo por doces, algo comum após as refeições. De acordo com a pesquisa, a tentação por sobremesas pode estar intimamente ligada à atividade de um grupo específico de neurônios no cérebro, chamados neurônios POMC. Realizado por pesquisadores do Instituto Max Planck de Biologia do Envelhecimento, na Alemanha, o estudo mostrou que esses neurônios são responsáveis pelo apetite por doces, mesmo em camundongos que já estavam saciados.
A pesquisa apontou que, quando os ratos consomem açúcar, mesmo sem fome, esses neurônios liberam endorfina, um opioide natural que ativa outros neurônios e provoca uma sensação de recompensa, incentivando o consumo de mais açúcar. Este processo não ocorre com alimentos salgados ou gordurosos, o que sugere que a atração por doces está ligada a um mecanismo único no cérebro. Quando os pesquisadores bloquearam essa via, os ratos deixaram de comer açúcar, confirmando a influência dos neurônios POMC na preferência por doces.
Ao realizar exames cerebrais em humanos, os pesquisadores observaram que a mesma região do cérebro reagiu ao açúcar, demonstrando que os receptores de opioides naturais também estão presentes em humanos. O líder do estudo, Henning Fenselau, afirmou que essa descoberta pode ajudar no tratamento da obesidade. Medicamentos que bloqueiam esses receptores já existem, mas podem ser mais eficazes quando combinados com outras terapias, o que exige mais investigações.