As cidades que integram o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Piracicaba registraram um aumento significativo de 17,76% nos casos de sífilis adquirida entre 2022 e 2024, conforme dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). O levantamento aponta que, enquanto em 2022 foram registrados 957 casos da doença, em 2024 o número subiu para 1.127.
A faixa etária mais acometida pela infecção é a de 15 a 29 anos, conforme observações da SES. De acordo com o médico Roberto José de Carvalho da Silva, interlocutor da Coordenação Estadual de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), o aumento nos casos de sífilis pode ser atribuído a vários fatores, como a diminuição do uso de preservativos, mudanças no comportamento sexual, desinformação sobre a doença, além de questões relacionadas ao acesso ao serviço de saúde e desabastecimento de medicação.
“É importante destacar que a alta de casos de ISTs, como a sífilis, é possível após períodos de maior circulação de pessoas, como o Carnaval, quando há uma intensificação das práticas sexuais sem o uso de preservativo”, afirma o médico.
Os dados da SES mostram que Piracicaba (SP) teve um aumento de 25% no número de casos entre 2022 e 2024, com 355 registros em 2022 e 445 em 2024. Limeira também apresentou um aumento, passando de 81 casos para 87 no mesmo período.
O que é a Sífilis?
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) curável, causada pela bactéria Treponema pallidum. Ela pode ser transmitida por meio de relações sexuais sem o uso de preservativo, incluindo relações vaginais, anais e orais. A doença também pode ser transmitida da mãe para o bebê durante a gestação ou no momento do parto.
Sintomas e Estágios
A sífilis pode se manifestar em três estágios distintos:
- Primária: Aparece uma ferida indolor na região íntima, boca ou outros locais de contato com a bactéria. Essa ferida, conhecida como “cancro duro”, pode desaparecer sozinha após algum tempo.
- Secundária: Manchas pelo corpo, febre, dor de cabeça e mal-estar. Se não tratada, essa fase pode evoluir para a terciária.
- Terciária: Considerada a fase mais grave da doença, pode causar lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico da sífilis pode ser feito por meio de testes rápidos, oferecidos gratuitamente nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento é realizado com a aplicação de penicilina benzatina (Benzetacil), um medicamento gratuito oferecido pelo SUS.
“É um tratamento simples e eficaz. A pessoa toma a medicação e realiza acompanhamento a cada três meses para garantir que o tratamento foi bem-sucedido”, explica o médico Roberto José de Carvalho da Silva.
A SES destaca ainda a importância de que as pessoas que tiveram relações sexuais com alguém diagnosticado também se submetam ao teste e, se necessário, ao tratamento, para evitar a reinfecção.
Prevenção
A prevenção é essencial, e o uso do preservativo durante as relações sexuais continua sendo a medida mais eficaz para evitar a transmissão da sífilis e outras infecções sexualmente transmissíveis.
A população pode obter mais informações sobre os testes e o tratamento da sífilis nas unidades de saúde locais.