Na noite desta quinta-feira (20), o aposentado Esdras Luiz viveu momentos de extrema angústia ao tentar encontrar informações sobre sua filha, Livia Tavares Luiz, de 23 anos. Ela estava entre as vítimas do trágico acidente que matou 12 universitários e deixou 21 feridos na rodovia Waldir Canevari, entre Nuporanga e São Joaquim da Barra, no interior de São Paulo. A jovem cursava o terceiro ano de enfermagem na Universidade de Franca (Unifran) e estava no ônibus que, ao colidir com uma carreta, provocou a tragédia.
Esdras, acostumado a manter contato com Livia por mensagens, estranhou a demora do contato, que normalmente acontecia antes das 23h. Preocupado, pediu à esposa que procurasse informações com uma sobrinha que também estudava em Franca, mas viajava em outro ônibus. Quando souberam que a sobrinha já estava em casa, o medo do pai aumentou.
A partir daí, Esdras iniciou uma busca incessante por informações. Recebeu a notícia de um acidente na pista e foi até o local, mas não pôde se aproximar. Em seguida, dirigiu-se aos hospitais de Nuporanga e São Joaquim da Barra, mas não obteve informações sobre sua filha. “Fui ligando para outros hospitais, mas também nada. Ficamos apreensivos até a madrugada, e só por volta das 5h que soubemos que ela estava entre as vítimas”, relatou o aposentado.
O acidente ocorreu quando os estudantes voltavam da Unifran. O ônibus, após percorrer cerca de 50 quilômetros, colidiu com uma carreta que vinha no sentido oposto. Livia trabalhava na loja de uma tia e era levada pelo pai até o ponto de ônibus todas as tardes. O plano de vida da jovem estava traçado, com a expectativa de concluir a faculdade, fazer estágio e compartilhar o carro com uma colega para reduzir os custos de transporte.
O pai, emocionado, lamentou a perda: “Nosso coração está doendo demais. Muita tristeza. Imagino os pais dos outros alunos também, que devem estar sofrendo muito.” Esdras descreveu Livia como uma filha exemplar, sem palavras para expressar a dor de sua partida.
Os corpos das vítimas estão no IML (Instituto Médico Legal) de São Joaquim da Barra, onde devem ser liberados para o velório nas próximas horas. De acordo com o diretor do IML de Ribeirão Preto, Diógenes Tadeu de Freitas Cardoso, as vítimas apresentaram múltiplas fraturas.
A tragédia deixou a cidade e a comunidade acadêmica de Franca em choque, com muitas famílias sofrendo a dor da perda de seus entes queridos.