A região de Piracicaba (SP) registrou um fevereiro de 2025 marcado por temperaturas recordes e chuvas abaixo do esperado, afetando as previsões para o abastecimento de água e o clima local. As chuvas não ultrapassaram 25% do volume médio esperado nos municípios da região, com Piracicaba, São Pedro e Charqueada enfrentando totais bem inferiores ao que era previsto para o mês.
Fevereiro mais quente em 108 anos
O mês de fevereiro de 2025 foi o mais quente registrado em Piracicaba desde 1917, com a temperatura média alcançando 32,5°C, segundo o Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). Essa marca superou a média histórica de 30,5°C para o mês de fevereiro, e foi a primeira vez que a cidade atingiu tal temperatura desde o início das medições.
A temperatura mais alta de fevereiro foi de 35,2°C, registrada no dia 17, a maior de 2025 até agora. Este aumento nas temperaturas está sendo atribuído a uma combinação de fatores climáticos que afetam o Brasil neste início de ano.
Volume de chuvas abaixo do esperado
De acordo com o Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (Ciiagro), Piracicaba registrou apenas 41,7 milímetros (mm) de chuva em fevereiro, representando 21% da média esperada de 188 mm para o mês. São Pedro teve um desempenho ainda mais abaixo da média, com apenas 20% do volume previsto, somando 47,6 mm. Já Charqueada, embora tenha registrado o maior volume entre os três municípios (58,3 mm), também ficou aquém da média esperada, com apenas 25,9% do total previsto.
Piracicaba, por exemplo, teve o quarto menor volume de chuvas nos últimos dez anos, com um total de 119,2 mm até o dia 26 de fevereiro, bem abaixo da média histórica de 178,7 mm. As chuvas foram mal distribuídas ao longo do mês, ocorrendo principalmente nos dias 2, 3 e 18 de fevereiro.
Impacto nos mananciais
O baixo volume de chuvas teve impacto direto nos mananciais que abastecem a cidade. O Rio Piracicaba, responsável por cerca de 20% do abastecimento, registrou 94,7 mm de chuvas em fevereiro, 66% da média esperada. A vazão do rio na estação de captação foi 56% inferior à média histórica, com apenas 78,7 m³/s, contra os 176 m³/s esperados.
Já o Rio Corumbataí, que responde por mais de 80% do abastecimento de Piracicaba, registrou 88,2 mm de precipitação no mesmo período, o que representa 59,3% da média esperada. A vazão do Corumbataí estava 65% abaixo do esperado, com apenas 12 m³/s, em comparação com a média de 37,1 m³/s.
Previsões para março e onda de calor
O início de março traz consigo uma nova onda de calor para a região de Piracicaba. A previsão é de temperaturas elevadas e, em alguns dias, possibilidade de chuvas isoladas, principalmente durante o período do Carnaval. A Climatempo aponta que a onda de calor pode durar até o dia 5 de março, com temperaturas que podem superar os 40°C em algumas áreas do país.
Com o acúmulo de temperaturas recordes e a escassez de chuvas, a situação climática em Piracicaba e nas cidades vizinhas continua a ser monitorada, com atenção especial para a necessidade de racionamento de água em caso de agravamento da crise hídrica. A população deve estar atenta às orientações dos órgãos responsáveis pelo abastecimento e seguir as recomendações de economia de água e energia.