A solidão tem se tornado um problema crescente na sociedade moderna, afetando tanto adolescentes quanto adultos. Reconhecer os sinais precoces de solidão e agir de forma adequada pode ser fundamental para melhorar a qualidade de vida das pessoas, especialmente em um mundo cada vez mais conectado, mas ao mesmo tempo, isolado.
Em entrevista ao programa CNN Sinais Vitais, a psicóloga Dorli Kamkhag, da Universidade de São Paulo (USP), destacou que existem sinais claros de quando uma pessoa entra em um estado de solidão problemática. “A pessoa começa a se isolar, este é um primeiro sinal”, afirma Kamkhag. Para os adolescentes, esses sinais podem ser mais sutis e muitas vezes confundidos com comportamentos típicos da idade, como a busca por mais privacidade ou por se integrar a grupos de amigos. No entanto, mudanças mais drásticas devem ser observadas. Kamkhag listou alguns sinais de alerta, como faltar às aulas sem o conhecimento dos pais, não realizar provas escolares, passar tempo excessivo na internet, não sair do quarto por longos períodos, mudanças nos hábitos alimentares e o possível desenvolvimento de compulsões.
A psicóloga também ressaltou a importância da presença dos pais nesse processo. “É bom que o filho cresça e é difícil adolescentar. Mas os adolescentes também pedem para os pais: me olhem”, disse. Ela enfatiza que, embora os adolescentes busquem mais liberdade, eles ainda precisam de uma presença ativa e de limites estabelecidos pelos pais, para se sentirem seguros e protegidos. Complementando essa discussão, a monja Coen, líder espiritual convidada para o programa, alertou sobre os perigos do mundo digital, lembrando casos como o da “Baleia Azul” e destacando a necessidade de vigilância parental nas atividades online dos filhos.
Para combater a solidão, tanto em adolescentes quanto em adultos, as especialistas sugerem algumas estratégias para fortalecer os laços familiares. Entre as dicas, estão realizar pelo menos uma refeição diária em família, conversar sobre o dia a dia e os aprendizados, e estimular conexões entre o conhecimento adquirido e sua aplicação prática. Além disso, a psicóloga sugere mudar a perspectiva sobre o estudo, valorizando o prazer do conhecimento além das notas. Essas ações podem ser fundamentais para que as famílias construam uma base sólida de apoio e ajudem a combater a solidão crescente na sociedade moderna.