Na tarde desta quarta-feira (13), a terceira árvore mais antiga de São Paulo, um chichá da Mata Atlântica, caiu durante o temporal que atingiu a capital paulista. A árvore, com cerca de 30 metros de altura e aproximadamente 200 anos de idade, ficava localizada no Largo do Arouche, no Centro da cidade.
A queda gerou grande comoção entre os moradores da região, que lamentaram a perda em redes sociais. “Que tristeza, um pedaço da história se foi”, comentou uma internauta, enquanto outra questionou se as autoridades responsáveis pela manutenção da cidade estariam realmente tristes com o ocorrido.
Em janeiro deste ano, especialistas haviam alertado para os cuidados necessários com a árvore, apontando machucados no tronco e perda de galhos. “É lamentável que, após tantas falhas de manutenção, a árvore tenha caído, trazendo risco para as pessoas e causando a perda de um patrimônio histórico da cidade”, afirmou Clóvis Casemiro, turismólogo local, que também destacou o lixo acumulado ao redor da árvore como um problema.
O incidente também trouxe à tona um debate sobre as causas das quedas de árvores na cidade. Segundo especialistas, fatores como calçadas estreitas, árvores doentes, podas inadequadas e ventos fortes contribuem para o risco de quedas. O pesquisador Sergio Brazolin, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), explica que, com o passar dos anos, muitas árvores ficam “fragilizadas na base”, o que aumenta o risco de acidentes. A falta de planejamento na arborização da cidade, que começou há décadas, também é um fator crítico.
O botânico Ricardo Cardim aponta ainda o impacto da fiação elétrica aérea, que mutila as árvores e contribui para o seu enfraquecimento. Ele defende a necessidade de enterrar a fiação, o que é feito em áreas como a Avenida Paulista, mas ainda de forma limitada.
Especialistas sugerem que a solução para evitar novos incidentes não está em remover as árvores grandes, mas sim em um manejo mais eficiente, com podas adequadas e acompanhamento especializado para garantir a saúde da vegetação urbana.