A cidade de São Paulo foi fortemente impactada por um temporal na tarde desta quarta-feira (12), que resultou na queda de 330 árvores e causou uma série de danos em diversas regiões. A Zona Oeste da capital foi a mais atingida pela tempestade, que também provocou quedas de energia, alagamentos e ventos de até 60 km/h, deixando um rastro de destruição.
De acordo com a Enel, mais de 74 mil imóveis ainda estavam sem energia elétrica às 6h10 desta quinta-feira (13). No total, 173 mil clientes ficaram no escuro devido aos danos causados pelas chuvas e ventos fortes. A concessionária informou que 65% dos clientes afetados já tiveram o serviço normalizado, mas a região Oeste da cidade permanece entre as mais impactadas, com muitas árvores de grande porte caídas sobre a rede elétrica.
A tempestade também deixou uma vítima fatal. O taxista Elton Ferreira de Oliveira, de 43 anos, morreu após uma árvore cair sobre seu veículo na Avenida Senador Queirós, no Centro da cidade. No momento do acidente, ele transportava dois passageiros chineses. A queda também atingiu a fiação elétrica da região, gerando ainda mais risco para quem estava nas proximidades. Outro incidente grave ocorreu na Rua Artur de Azevedo, em Pinheiros, onde uma árvore caiu sobre dois veículos, deixando três pessoas feridas, conforme informações da Defesa Civil.
Além disso, o temporal causou o desabamento de parte do teto de um restaurante na Rua Artur de Azevedo e outros danos na região de Pinheiros. Equipes do Corpo de Bombeiros atenderam 150 chamados para quedas de árvores e um para desabamento, além de um alerta para enchentes.
Previsão de Alagamentos e Granizo
Toda a cidade ficou em estado de atenção para alagamentos, conforme comunicado do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da prefeitura. A chuva também foi acompanhada de granizo em algumas regiões, como Butantã e Pinheiros, o que agravou ainda mais a situação. O CGE registrou ventos fortes, com rajadas de até 62,9 km/h em Santana-Carandiru, e alerta severo foi emitido para as regiões Norte, Leste, Oeste e central da cidade.
Prêmio da ONU Antecede a Tempestade
Curiosamente, a capital paulista havia recebido um prêmio da Organização das Nações Unidas (ONU) pela preservação e manejo sustentável de suas árvores urbanas, reconhecendo o trabalho da cidade no cuidado com seu patrimônio natural. O prêmio foi anunciado antes do temporal, evidenciando o contraste entre o esforço pela preservação e a destruição causada pelas fortes chuvas.
Impacto Econômico e Social
Além dos danos materiais e à infraestrutura, o temporal causou o fechamento de escolas. A Universidade Presbiteriana Mackenzie, no campus Higienópolis, suspendeu as aulas devido a galhos caídos no prédio. Já o comércio na região da 25 de Março, um dos maiores polos comerciais de São Paulo, foi afetado por apagões e alagamentos nas ruas adjacentes.
O balanço das quedas de árvores revelou que a Subprefeitura do Butantã foi a mais atingida, com 110 árvores caídas (33% do total), seguida pela região da Sé, onde ocorreu a morte do taxista, com 106 quedas (32% do total). O Largo do Arouche, no Centro, também perdeu a terceira árvore mais antiga da cidade, com cerca de 200 anos e 30 metros de altura, uma espécie de chichá da Mata Atlântica.
Este episódio evidencia a vulnerabilidade da cidade frente a condições climáticas extremas e a necessidade de se reforçar os cuidados com a infraestrutura e os serviços essenciais para mitigar os impactos de tempestades como a que atingiu São Paulo nesta quarta-feira.