O governo brasileiro pretende aumentar o percentual de etanol anidro na gasolina para 30% ainda em 2025. A informação foi confirmada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que destacou que o aumento da mistura trará benefícios econômicos e sustentáveis. Segundo o ministro, o Brasil já tem oferta suficiente de etanol para atingir essa meta rapidamente, ainda neste ano. “Acho que nós temos oferta para chegar no E30 [30% de etanol] rapidamente, ainda neste ano”, declarou Silveira.
O aumento da mistura de etanol tem o potencial de reduzir o preço da gasolina para os consumidores, uma vez que o etanol é consideravelmente mais barato que o combustível fóssil. Silveira explicou que, ao aumentar a participação do biocombustível, a gasolina se tornará mais acessível, contribuindo para a sustentabilidade e redução dos custos. Além disso, o ministro destacou que o Brasil pode se tornar independente das importações de gasolina, uma vez que menos combustível fóssil será utilizado na composição da gasolina comum.
O governo também estuda a viabilidade técnica do aumento para 30% e acredita que a medida poderá permitir uma revisão do modelo de precificação do combustível no Brasil. Atualmente, o preço da gasolina é influenciado por diversos fatores, incluindo o valor do mercado internacional e a cotação do dólar. Silveira revelou que estudos técnicos realizados pelo Instituto Mauá indicam que a mistura de até 30% de etanol não apresenta riscos para os veículos, sendo segura para motores, inclusive para os carros flex que já utilizam etanol em sua composição.
No entanto, a medida ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que assessora o presidente da República. Os estudos de viabilidade serão encaminhados ao CNPE, que decidirá sobre a implementação do aumento da mistura. Enquanto isso, movimentos contrários ao uso de biocombustíveis estão crescendo. Recentemente, o deputado Marcos Pollon (PL-MS) apresentou um projeto de lei para permitir a venda de gasolina sem etanol e diesel sem biodiesel nos postos de combustíveis. O ministro Silveira criticou a proposta, defendendo a preservação da indústria do etanol e do biodiesel no Brasil, destacando a importância de uma mistura adequada, sem prejudicar as indústrias envolvidas.