O jogador Pedro Henrique Severino, de 19 anos, do Red Bull Bragantino, deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Unimed Ribeirão Preto na segunda-feira (24), após dias de um quadro crítico que inicialmente havia levado a equipe médica a iniciar o protocolo de morte cerebral. Segundo boletim médico divulgado pela unidade de saúde, o estado clínico do atleta é estável, e ele respira sem a ajuda de aparelhos, não necessitando mais de ventilação mecânica.
Entenda a reviravolta no quadro de saúde de Severino
De acordo com médicos especialistas, o caso de Pedro Henrique não é uma ocorrência rara, e o protocolo para a declaração de morte encefálica exige uma série de testes rigorosos para garantir a ausência total de atividade cerebral. O neurocirurgião Guilherme Lepski, do Hospital das Clínicas e Instituto de Neurocirurgia de São Paulo, explicou que, ao contrário do que foi divulgado por algumas fontes, a morte encefálica nunca foi oficialmente decretada. A equipe médica interrompeu os testes quando o jogador apresentou um reflexo de tosse, o que indicou que o tronco encefálico ainda estava funcionando.
O neurologista William Rezende detalhou que o tronco encefálico, responsável por funções como a tosse, pode, em alguns casos, continuar funcionando, mesmo quando o cérebro apresenta sinais de comprometimento grave. A presença do reflexo foi um indicativo de que o sangue ainda estava chegando ao tronco encefálico, o que levou à interrupção do protocolo de morte cerebral.
Fatores que podem influenciar o quadro clínico
Além disso, o neurologista Sandro Matas, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, ressaltou que existem diversos fatores que podem deixar um paciente arresponsivo, como o uso de medicamentos depressivos, hipotermia ou distúrbios metabólicos graves. Esses fatores, segundo Matas, precisam ser descartados antes da confirmação de morte encefálica.
Acidente grave e o processo de recuperação
O jogador Severino e seu colega de equipe, Pedro Castro, de 18 anos, estavam retornando de um período de folga quando o carro em que viajavam colidiu com uma carreta. O acidente deixou Severino em estado crítico, com um grave trauma craniano. A equipe médica iniciou o protocolo de morte encefálica em 5 de março, mas, após o reflexo de tosse, o procedimento foi interrompido.
A recuperação de Pedro Henrique Severino é acompanhada com cautela, e sua evolução tem sido um alívio para familiares, amigos e torcedores, que continuam torcendo pela sua plena recuperação.