Pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) descobriram que narrativas audiovisuais que simulam cenários de bullying homofóbico nas escolas têm o potencial de gerar reflexões profundas sobre preconceitos sociais. O estudo, publicado no Journal of School Violence, destaca como essas narrativas podem contribuir para a promoção de respeito, inclusão e compreensão dentro do ambiente escolar.
O artigo, assinado pelos professores Emerson Vicente-Cruz, Omar Saldaña, Guillermo Valverde e Leonardo Lemos de Souza, foi realizado em três etapas. Na primeira fase, 178 entrevistas individuais e 45 grupos focais foram conduzidos com adolescentes expostos a vídeos curtos sobre bullying homofóbico. As discussões geradas a partir das reações ajudaram a explorar diferentes formas de lidar com conflitos e os tipos de estratégias adotadas pelos jovens ao enfrentarem assédio escolar.
O segundo momento do estudo envolveu a participação de 25 especialistas de diversas partes do mundo, que participaram de um painel internacional para revisar e validar as estratégias de enfrentamento classificadas na pesquisa. Através desse painel, foi possível chegar a um consenso sobre a definição operacional dessas estratégias, consolidando a classificação de respostas mais eficazes para a situação de bullying.
Na terceira fase, ainda em análise, entrevistas com 38 vítimas de bullying homofóbico de diferentes países foram realizadas. O objetivo foi aprimorar a pesquisa ao incorporar as experiências reais dessas pessoas, fornecendo uma visão mais detalhada e abrangente das estratégias adotadas. De acordo com os resultados, três principais grupos de estratégias emergiram: a evitação e condutas autodestrutivas, a sobrevivência à estrutura homofóbica e a busca por apoio social e práticas igualitárias.
O estudo da Unesp demonstra a importância de sensibilizar os jovens sobre o impacto do bullying homofóbico nas escolas e como essa abordagem pode ser uma ferramenta poderosa para a construção de um ambiente mais inclusivo e respeitoso.