Nos últimos anos, os jovens de diversas partes do mundo têm enfrentado desafios que têm impactado diretamente sua felicidade e bem-estar. O Relatório Mundial da Felicidade de 2025, lançado recentemente, trouxe dados alarmantes sobre o aumento da infelicidade entre a juventude, especialmente nos Estados Unidos e na Europa Ocidental. De acordo com o estudo, essa faixa etária, que antes era vista como uma das mais felizes, agora apresenta a menor sensação de bem-estar, ultrapassada até mesmo por outras faixas etárias.
Entre as principais razões para esse quadro, estão o aumento do custo de vida, as dificuldades no mercado de trabalho, o desemprego juvenil e a polarização política crescente. Joana Meurkens, uma jovem de 26 anos de Nova York, exemplifica a situação ao contar que, devido ao alto custo de vida, foi forçada a se mudar e viver entre a casa do namorado e dos pais. “Aluguel, alimentos e até o transporte estão mais caros. As coisas estão difíceis, e me mudei para economizar”, afirma.
Além dos problemas econômicos, a solidão tem sido apontada como outro fator crucial. O pesquisador Jan-Emmanuel De Neve, da Universidade de Oxford, observa que os jovens estão mais solitários do que antes, e a falta de conexões sociais tem gerado um ciclo de infelicidade. De acordo com os dados, os jovens têm o dobro de chances de jantar sozinhos em comparação com as gerações anteriores. A solidão, aliada a uma crescente polarização política, tem levado muitos jovens a se distanciar ainda mais da sociedade e, muitas vezes, buscar soluções em comportamentos como o voto em partidos antissistema.
O cenário não é exclusivo dos Estados Unidos. Em países como a Finlândia, apesar do alto nível de satisfação, a juventude também enfrenta desafios, como a ameaça constante da guerra e a vida mais isolada, devido ao tamanho reduzido das famílias e à falta de conexões sociais. Enquanto isso, na América Latina, onde as famílias tendem a ser maiores e as refeições são compartilhadas, os jovens têm um senso de comunidade mais forte, o que ajuda a suavizar os impactos da infelicidade.
Especialistas sugerem que para combater essa crescente infelicidade, é necessário promover políticas públicas que incentivem o bem-estar social e a redistribuição de riquezas. Países como a Dinamarca, Finlândia e Costa Rica têm se destacado por criar ambientes mais saudáveis, onde a felicidade é valorizada tanto no plano pessoal quanto coletivo. Ao observar o que esses países estão fazendo de certo, é possível encontrar um caminho para melhorar o bem-estar dos jovens em todo o mundo.