Um estudo encomendado pelo Governo do Estado de São Paulo, destinado a fundamentar o projeto de concessão das rodovias da Rota Mogiana, revela que mais de 80% dos motoristas utilizam a Rodovia SP-304 para motivos relacionados ao trabalho ou residência. Este percentual é o mais alto entre as estradas analisadas no estudo. O levantamento, realizado entre 2023 e 2024, ouviu mais de 9.900 motoristas e foi fundamental para embasar o planejamento de investimentos e a implementação de pedágios na rodovia.
Além da SP-304, o estudo incluiu a Rodovia Margarida da Graça Martins (SP-135), conhecida como Estrada Velha de Tupi, que também foi incorporada ao projeto de concessão. De acordo com o engenheiro João Batista Biagioni, as rodovias têm um tráfego similar ao de avenidas, especialmente entre os quilômetros 120 e 137 da SP-304, o que levanta questões sobre a segurança e o fluxo de veículos. Para ele, a rodovia aberta, com acesso direto a bairros, é mais suscetível a acidentes e demanda medidas, como a construção de marginais, embora os custos com a concessão possam ser altos.
O projeto de concessão também prevê a instalação de pórticos de pedágio nos quilômetros 122, 144 e 154 da SP-304, com cobrança no modelo free flow (sem barreiras). Espera-se que a implementação ocorra até maio de 2027. No entanto, questões sobre a isenção de tarifas para moradores locais têm sido discutidas, especialmente após declarações do governador Tarcísio de Freitas, que sugeriu alternativas para facilitar o uso da rodovia para quem depende dela diariamente.
O plano de concessão inclui R$ 6 bilhões em investimentos para a modernização de 385 km das rodovias da região, com obras de duplicação, construção de acostamentos e marginais, além de planos de drenagem e resiliência climática. A proposta visa melhorar a segurança viária e a fluidez do tráfego, oferecendo também serviços de socorro mecânico e médico para os usuários.