Piracicaba (SP) enfrentou o mês de março mais seco dos últimos dez anos, com apenas seis dias de chuva durante todo o mês, conforme medição do Posto Meteorológico “Jesus Marden do Santos” da Esalq/USP. O volume total de precipitação foi de apenas 68,9 milímetros, bem abaixo da média histórica de 140,9 mm. As altas temperaturas também marcaram o mês, com máximas acima de 35,5ºC, o que afetou a produção agrícola, especialmente a de cana-de-açúcar.
O impacto da seca nas lavouras foi sentido principalmente no cultivo da cana, que depende de uma combinação de chuva e sol para seu pleno desenvolvimento. Segundo Arnaldo Antônio Bortoletto, vice-presidente da Coplacana, a falta de chuvas em março comprometeu tanto o plantio da cana de 18 meses quanto a colheita da cana madura. A escassez de umidade no solo dificultou a absorção de nutrientes pelas raízes, fazendo com que muitos produtores precisassem investir em sistemas de irrigação para mitigar os danos da seca.
Além da cana, o impacto da falta de chuva também atingiu outras lavouras da região. A produtora rural Camila Rodrigues de Oliveira, de Tietê (SP), relatou que a seca prejudicou o cultivo da banana, com muitos pés caindo devido ao peso das frutas. A falta de umidade também atrasou o plantio da cana, dificultando o uso do maquinário necessário para preparar o solo.
Enquanto o período das chuvas para as Bacias PCJ normalmente vai até o início de abril, os técnicos apontam que, apesar da vazão dos rios estar abaixo da média, ainda não há riscos críticos para o abastecimento de água. No entanto, as altas temperaturas e o tempo seco aumentam o consumo de água, ressaltando a necessidade de conscientização para o uso racional dos recursos hídricos. A previsão é que as temperaturas continuem elevadas, com mínimas de 20ºC e máximas podendo alcançar 36ºC nos próximos dias.