A segurança na aviação voltou a ser um tema de preocupação nas últimas semanas após uma série de incidentes alarmantes, que reacenderam o debate sobre os momentos mais arriscados durante um voo. Embora viajar de avião seja amplamente considerado um meio seguro de transporte, especialistas alertam que os momentos mais críticos geralmente acontecem durante a decolagem e o pouso — com alguns argumentando que o pouso pode ser ainda mais perigoso do que a decolagem.
Os últimos incidentes reforçam esses riscos, como a colisão no ar em 29 de janeiro, no Aeroporto Nacional Ronald Reagan, onde um helicóptero Black Hawk colidiu com um jato da American Airlines. Também houve o caso de um voo da United Airlines, que precisou ser evacuado antes de decolar devido a um incêndio no motor. E, menos de duas semanas depois, o acidente de um jato Learjet 35A, que colidiu com um avião executivo no Aeroporto Municipal de Scottsdale, no Arizona, resultando na morte do piloto.
Apesar dessas ocorrências, especialistas afirmam que o setor de aviação continua avançando em segurança. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) registrou em 2024 um total de 1.468 acidentes, dos quais 770 ocorreram durante o pouso e 124 durante a decolagem. Para muitos, a maior dificuldade desses momentos críticos é a complexidade das manobras envolvidas, sendo o pouso considerado por alguns mais perigoso, pois há menos opções caso algo dê errado.
O Papel do “Cockpit Estéril”
A decolagem e o pouso exigem extrema concentração. Pilotos são treinados rigorosamente para lidar com qualquer situação durante essas fases, e a FAA (Administração Federal de Aviação) impõe uma regra conhecida como “cockpit estéril”, que proíbe conversas desnecessárias abaixo de 3.000 metros de altitude. Esse procedimento visa garantir total atenção durante as fases mais críticas do voo, quando o avião acelera até atingir a velocidade de voo, com todos os componentes da aeronave funcionando perfeitamente.
A recente quase ocorrência do voo 3278 da Southwest Airlines, que quase decolou da pista errada no Aeroporto Internacional de Orlando, destaca a importância de vigilância constante e protocolos rígidos. Felizmente, o controlador de tráfego aéreo percebeu o erro a tempo e interveio, evitando um desastre.
Aviação Geral: Mais Riscos, Menos Fatalidades
Vale ressaltar que, enquanto os incidentes são mais frequentes na aviação geral (aeronaves menores, muitas vezes privadas), os acidentes fatais são menos comuns. De acordo com o Instituto de Segurança Aérea da Associação de Proprietários e Pilotos de Aeronaves, o número de fatalidades na aviação geral em 2024 foi de 195, o mais baixo em 32 anos.
Próximos Passos: Mais Investigações e Melhorias na Segurança
Embora as investigações sobre os recentes incidentes possam levar mais de um ano para serem concluídas, já estão sendo implementadas mudanças. A FAA adotou recomendações urgentes do NTSB após a colisão de janeiro, e os pilotos continuam atentos ao risco desses momentos críticos de decolagem e pouso.
A segurança na aviação, como enfatizado por pilotos e especialistas, depende de uma vigilância constante e da colaboração de todos os envolvidos, desde o setor comercial até a aviação geral. Em um ambiente de alta complexidade, a margem de erro é mínima, e cada decisão pode fazer toda a diferença.