Um estudo realizado por pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard e publicado na revista Nature Medicine descobriu que adotar uma dieta saudável desde cedo pode aumentar significativamente as chances de envelhecer sem doenças crônicas. A pesquisa, que acompanhou mais de 100 mil americanos ao longo de três décadas, concluiu que hábitos alimentares saudáveis durante a meia-idade foram cruciais para alcançar o que os cientistas definem como “envelhecimento saudável” — viver até os 70 anos sem doenças como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas, além de manter a saúde mental e cognitiva em boas condições.
O estudo observacional coletou informações sobre os hábitos alimentares dos participantes ao longo de três décadas, sendo que cada um deles relatou seu consumo de mais de 130 alimentos diferentes. Com base nessa coleta, os pesquisadores associaram os hábitos alimentares de cada participante a oito padrões de dietas saudáveis e a ingestão de alimentos ultraprocessados. Entre os hábitos alimentares que mais contribuíram para um envelhecimento saudável, destacaram-se o aumento do consumo de frutas, vegetais, grãos integrais, nozes, legumes, gorduras insaturadas e produtos lácteos com baixo teor de gordura. Já o consumo elevado de gorduras trans, sódio, bebidas açucaradas e carnes processadas foi associado a uma menor chance de envelhecer de forma saudável.
A pesquisa revelou ainda que 9,3% dos participantes conseguiram atingir o envelhecimento saudável, e os resultados reforçam a importância de uma alimentação equilibrada. A doutora Leana Wen, especialista em bem-estar, destacou que este estudo reforça o que já foi observado em outras pesquisas: uma dieta saudável pode adicionar anos à expectativa de vida. Segundo ela, as escolhas alimentares corretas, como a inclusão de vegetais, grãos integrais e nozes, são essenciais, enquanto os alimentos ultraprocessados, como refrigerantes e produtos de carne processada, devem ser evitados.
Este estudo também oferece importantes lições sobre a importância de políticas públicas que incentivem a adoção de hábitos alimentares saudáveis. Como os alimentos ultraprocessados muitas vezes são mais baratos e acessíveis do que frutas e vegetais frescos, os formuladores de políticas precisam trabalhar para criar um ambiente que facilite o acesso a opções mais saudáveis e promova a redução das doenças crônicas, com benefícios não só para a saúde individual, mas também para a saúde pública e economia a longo prazo.