Você anda bocejando demais no trabalho? Precisa de mais de três xícaras de café só pra manter os olhos abertos durante a tarde? Esses sinais de cansaço podem ser mais do que simples fadiga: segundo um novo posicionamento da Academia Americana de Medicina do Sono (AASM), eles podem indicar um sério déficit de sono com impactos graves na saúde.
De acordo com o pneumologista Eric Olson, presidente da AASM, a sonolência excessiva está ligada a acidentes de trânsito, falhas no trabalho e ao aumento do risco de doenças como diabetes, pressão alta, obesidade, depressão e até AVC. O alerta foi apoiado por 25 instituições médicas, incluindo a Academia Americana de Neurologia e o Conselho Nacional de Segurança.
Segundo especialistas, muitas pessoas ignoram sinais claros de privação de sono, como cochilar em reuniões ou em locais públicos. Mas a verdade é que o corpo, mesmo em estado de alerta, pode entrar em “microssonos” — breves apagões de segundos — que representam sérios riscos, principalmente ao dirigir ou operar máquinas.
“Com o tempo, perdemos a capacidade de perceber o quanto estamos afetados pela falta de sono”, explica a médica Indira Gurubhagavatula, da Penn Medicine. Isso significa que, mesmo se achando bem, seu desempenho cognitivo e físico pode estar seriamente comprometido.
Para medir a sonolência de forma clínica, os médicos usam ferramentas como a Escala de Sonolência de Epworth, que avalia a chance de adormecer em situações do dia a dia. Pontuações acima de 10 já acendem o sinal de alerta para procurar um médico do sono.
O que pode causar esse cansaço todo?
Além da rotina puxada, distúrbios como apneia do sono, insônia e síndrome das pernas inquietas, assim como dor crônica e uso de medicamentos, também podem estar por trás da sonolência. O estilo de vida também pesa: uso excessivo de álcool, cafeína, maconha, pouca atividade física e ambientes inadequados para dormir afetam diretamente a qualidade do sono.
A boa notícia?
Mudanças simples podem fazer diferença: melhorar a higiene do sono, ajustar o ambiente do quarto, evitar estimulantes e buscar ajuda médica quando necessário.
O recado dos especialistas é claro: sono não é luxo, é necessidade básica. Ficar alerta sobre os sinais do corpo pode evitar acidentes e melhorar significativamente a qualidade de vida.