De acordo com os dados do Censo 2022, onze cidades da região de Campinas (SP) apresentam índices de arborização abaixo da média registrada para o estado de São Paulo. A taxa de arborização leva em conta a quantidade de imóveis ocupados que têm ao menos uma árvore no entorno. Em todo o estado, 74,93% das residências atendem a esse critério, mas diversas cidades da região ficaram abaixo dessa marca.
Desigualdade Verde em Campinas
O pesquisador Ivan André Alvarez, da Embrapa Meio Ambiente, explica que a metodologia utilizada para medir a arborização considera apenas árvores com mais de 1,70 metros de altura, localizadas em áreas urbanas. No entanto, ele alerta que os dados não refletem desigualdades entre bairros ou áreas dentro de um mesmo município. Para ilustrar, Alvarez aponta que uma comparação entre diferentes áreas de Campinas pode revelar uma “desigualdade verde” — uma disparidade no acesso ao verde, que vai além da quantidade de árvores.
Em Campinas, enquanto áreas como o Nova Aparecida têm uma arborização bem inferior, locais como a Cidade Universitária, próximo à Unicamp, apresentam uma cobertura verde muito mais densa. “Campinas é mais verde, mas também é mais injusta, no sentido de que a distribuição das árvores não é igual para todos”, afirma o pesquisador.
Cidades com Maior Arborização na Região
Confira abaixo os índices de arborização nas cidades da região de Campinas:
- Holambra: 93,56%
- Valinhos: 92,74%
- Estiva Gerbi: 92,32%
- Indaiatuba: 90,60%
- Paulínia: 89,24%
- Sumaré: 89,19%
- Artur Nogueira: 88,12%
- Americana: 87,80%
- Mogi Guaçu: 87,39%
- Hortolândia: 86,96%
- Pedreira: 85,49%
- Campinas: 84,38%
Cidades com Menor Arborização
- Santo Antônio do Jardim: 73,82%
- Espírito Santo do Pinhal: 71,29%
- Socorro: 70,26%
- Santo Antônio de Posse: 68,22%
- Monte Alegre do Sul: 66,22%
- Serra Negra: 62,92%
- Águas de Lindóia: 59,75%
- Amparo: 55,22%
- Tuiuti: 54,88%
- Pinhalzinho: 36,19%
- Pedra Bela: 29,98%
Necessidade de Melhorar a Metodologia
Esses dados revelam que, enquanto algumas cidades da região se destacam com uma boa cobertura de áreas verdes, outras ainda enfrentam desafios na arborização urbana. A desigualdade na distribuição de árvores é uma questão que merece atenção para garantir que todos os bairros tenham acesso igualitário ao benefício das áreas verdes.
