A neurologista Sara Casagrande, do Hospital das Clínicas, destacou a relevância crucial da atividade física no tratamento do Parkinson, enfatizando que a prática regular de exercícios é um dos tratamentos mais eficazes e o único com impacto comprovado na neuroproteção dos pacientes.
Em entrevista, Casagrande afirmou que, antes de recorrer a tratamentos mais avançados, a atividade física deve ser considerada como um pilar essencial. “É o único tratamento que tem um impacto em neuroproteção”, ressaltou ela, reforçando que a prática de exercícios deve ser prioritária para todos os pacientes diagnosticados com Parkinson, além de pessoas com histórico familiar ou fatores de risco para a doença.
A especialista comparou as orientações para pacientes com Parkinson às diretrizes de tratamentos cardiológicos, destacando a importância de monitorar a frequência cardíaca e de manter o corpo em movimento. “É muito parecido com a recomendação da cardiologia”, afirmou, explicando que diversos estudos comprovam os benefícios da atividade física ao longo dos anos.
Além dos exercícios, Casagrande falou sobre a importância de uma abordagem multidisciplinar no tratamento do Parkinson, que inclui fisioterapia e fonoaudiologia. A neurologista também abordou os avanços nos tratamentos medicamentosos, que têm trazido melhorias significativas na qualidade de vida dos pacientes. “Hoje, temos pacientes em diversas profissões, como pilotos de avião e jornalistas, que vivem bem, graças aos avanços no tratamento da doença”, destacou.
Casagrande ainda ressaltou a importância de desmistificar a doença, afirmando que, embora a levodopa seja usada há mais de 50 anos, os tratamentos modernos têm permitido que muitos pacientes mantenham uma vida ativa e produtiva, desafiando os limites impostos pela doença. A combinação de atividade física, reabilitação e medicação tem possibilitado um significativo avanço no cuidado de pacientes com Parkinson, permitindo-lhes uma melhor qualidade de vida.