Uso de medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19 no Brasil é maior do que no restante do mundo.
Estudo realizado pelo Instituto Global de Saúde de Barcelona e publicado recentemente na revista científica Nature revelou que, no nosso país, a ivermectina foi usada, no ano passado, por 79,5% dos brasileiros que tiveram sintomas da doença – ou seja, por 8 de cada 10 pessoas.
A média global ficou em 27% – o equivalente a 3 em cada 10, para simplificar.
Ainda de acordo com o estudo, considerando os dados globais, a maioria das pessoas que relatou o uso de ivermectina morava em países de baixa e média renda.
A ivermectina é um medicamento contra parasitas, indicado para tratamentos de piolho, sarna e problemas causados por vermes e diversos estudos comprovaram que não é eficaz no tratamento nem na prevenção da Covid-19.
Apesar de não ter eficácia comprovada e nem ter aval de autoridades sanitárias para uso em caso de infecção por coronavírus, o medicamento foi amplamente defendido – e sugerido – pelo ex-presidente presidente Jair Bolsonaro, junto com hidroxicloroquina e azitromicina, que também são drogas sem eficácia comprovada contra a doença e acabaram por ter o uso disseminado no país fazendo parte do chamado ki-Covid – ou tratamento precoce.